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TRAGÉDIA DE BRUMADINHO – carta aberta da 7ª Turma do curso de Fé e Política do CEFEP

“Pois sabemos que toda a criação geme e sofre como que em dores de parto até o presente dia”. Rm. 8,22

Nós, alunos e alunas da 7ª Turma do Curso de Fé e Política do CEFEP — Centro Nacional de Fé e Política “Dom Helder Câmara” —, organismo da CNBB de formação e capacitação de cristãos para atuar no mundo da política, membros das Igrejas Católica e Batista, reunidos para reflexão sobre os momentos atuais de nosso país fomos surpreendidos  com a notícia  de mais um crime socioambiental da Vale, em Brumadinho, região metropolitana de Belo Horizonte.

Diante desta tragédia expressamos nossos sentimentos de:

  • indignação pela negligência com a qual são tratados a vida humana e a Natureza em sua biodiversidade colocando em primeiro lugar os lucros exorbitantes da empresa privatizada Vale;
  • protesto, pois foram feitos encaminhamentos às autoridades que, no entanto, foram arquivados, desconsiderados, demonstrando o pouco caso das autoridades responsáveis pela fiscalização das atividades de mineração;
  • solidariedade  para com as vítimas da tragédia e seus familiares, como a toda a população local.

Denunciamos o descaso da direção da empresa Vale e dos agentes públicos responsáveis  pela preservação do meio ambiente e pela dignidade da vida humana.

Lembramos a luta de Dom Luciano Mendes de Almeida pela não privatização da empresa Vale do Rio Doce, patrimônio do Estado de Minas Gerais e do Brasil, quando afirmava que o processo não havia sido ético.

A Vale, enquanto empresa estatal nunca causou esse tipo de dano, mostrando o quanto as privatizações são nocivas à sociedade e ao povo brasileiro.

Unimo-nos à luta e à dor do povo de Brumadinho e exigimos que sejam tomadas medidas concretas nos vários níveis do Estado e, com  urgência, a reparação indenizatória a todas as famílias atingidas; a fiscalização efetiva das barragens, a suspensão dos licenciamentos até que todas as barragens no Estado de Minas (primordialmente as que estão sob risco) sejam reavaliadas e recuperadas; e que sejam tomadas as medidas de segurança adequadas, tudo com garantia do controle social com participação direta da população envolvida.

 

Brasília, 28 de Janeiro de 2019