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Nota de Solidariedade à Igreja em Roraima e de repúdio à intolerância e à xenofobia

Fórum Nacional das Pastorais Sociais, Setor da Mobilidade Humana e Organismos

 As Coordenações Nacionais e Articulações Regionais das Pastorais Sociais, Setor da Mobilidade Humana, Organismos, os Bispos referenciais regionais e nacionais, e os Bispos da Comissão Episcopal Pastoral para Ação Social Transformadora da CNBB, reunidos no Fórum Nacional, durante os dias de 31 de julho a 3 de agosto de 2018, no Centro Cultural de Brasília, para refletir sobre o momento atual, partilhar a caminhada, à luz do magistério da Igreja e identificar desafios para ação, manifestamos nossa solidariedade com as pessoas e instituições que na Diocese de Roraima estão sendo ameaçadas e desrespeitadas por defenderem a vida e dignidade dos migrantes e refugiados venezuelanos e venezuelanas, que todos os dias chegam à cidade de Boa Vista e região.

Informamos que desde o início do atual fluxo migratório, em 2015, a Diocese vem trabalhando arduamente para amenizar o sofrimento de tantas pessoas que chegam ao Brasil, por Roraima, desde Pacaraima, porta de entrada dos imigrantes. Um conjunto de pastorais e centros especializados, dentre eles o Serviço Jesuíta a Migrantes e Refugiados-SJMR, vem oferecendo serviços de acolhida, ajuda humanitária, orientação jurídica, documentação e assessoria para a inserção social.

Pessoas que de má fé divulgaram recentemente um vídeo nas redes sociais, manipulando e descontextualizando seu conteúdo e incentivando o ódio e a xenofobia. Fruto disso, agentes de pastoral e colaboradores já estão recebendo ameaças através das redes sociais e nas imediações de seus lugares de trabalho e residência.

Acolher, proteger, promover e integrar, são os verbos utilizados pelo Papa Francisco para se referir às ações junto a refugiados e migrantes. Neste sentido, denunciamos as tentativas de intimidação à ação da Igreja em Roraima. E repudiamos quaisquer ameaças, manipulações, incitações à violência e à intolerância, difamações e insinuações feitas contra Paróquias, Pastorais, Movimentos e Serviços, bem como contra os agentes de pastoral e colaboradores que atuam na acolhida, defesa e promoção dos direitos dos migrantes no Estado de Roraima.

Nesta compreensão que o Papa nos aponta, manifestamos nossa solidariedade e apoio a todas as ações da Igreja que visam garantir vida digna a refugiados e migrantes.

Brasília (DF), 3 de agosto de 2018.

 

Dom Guilherme Antônio Werlang, MSF

Bispo de Lages/SC

Presidente da Comissão Episcopal Pastoral para a Ação Social Transformadora/CNBB